Agradeço aos que fizeram vídeos, notícias, compartilharam, deixaram seus comentários e etc.
Surgiram muitos questionamentos sobre o projeto e acho que fica melhor uma resposta geral do que tentar responder diretamente a cada uma.
O passado
Primeiro ponto, BigLinux começou acidentalmente em 2004 ao clicar na ferramenta de remasterização do Kurumin, aqui pelo fórum em mensagens antigas tem a explicação desse início.
Após a versão 4.2 que eu considero o auge da distribuição, ocorreu diversos problemas de incompatibilidade ao sair do KDE4 para o KDE5, a principal ferramenta que eu utilizava foi descontinuada ( Kommander ), então foi necessária uma reconstrução muito grande do sistema. Em 2009 eu tive uma ideia que foi implementada por um amigo ( Thomaz ), o bigbashview, que é aonde são desenvolvidas as interfaces de interação com o usuário desde então, no caso desse novo iso, o gerador de .deb e o gerador de remasterizações.
O projeto sempre foi muito centralizado em mim, com uma série de problemas de saúde, a qualidade do sistema começou a ser comprometida, mas ainda saiu um BigLinux 12.04 de boa qualidade. Achei que seria o momento de descentralizar o trabalho, desde a época que Kurumin e Kalango ainda estavam em produção já se falava de uma união entre as distribuições nacionais, na época quem mais tentava isso era eu, porém não ocorreu. Após o BigLinux 12.04 época que o nome BigLinux mais estava difundido, achei que era o momento de tentar fazer funcionar essa ideia da unificação nacional, conversei com algumas pessoas e não queriam deixar suas distribuições e fundir ao BigLinux alegando que o nome estava muito ligado a mim, então joguei todas as fichas em descontinuar a distribuição BigLinux e focar no projeto União Livre Linux.
Do projeto União Livre Linux surgiu a distribuição Kaiana, com grande ajuda do Rafael e do Paulo, que fizeram um belo trabalho, mas boa parte do trabalho ainda ficou por minha conta e não houve adesão de outras distribuições, foi quase um BigLinux com outro nome.
Chegou um momento que tivemos que decidir se parava com tudo, lançava nova versão da Kaiana ou retomava o nome BigLinux. Vimos que o nome Kaiana não foi muito bem recebido, a ideia de unir não ocorreu e que o nome BigLinux mantinha uma procura bastante maior, com uma média de 2 mil visitantes diários no site, isso em 2016. Por insistência de outro amigo, o Tales, eu já estava utilizando a distribuição Deepin, que me agradou como nenhuma outra.
Em 2017 após algumas sessões de ozonoterapia, tratamento para síndrome da bola de boliche, reposição de T3, D3, testosterona... A parte de saúde parece estar estabilizando, assim sobrou mais tempo e disposição para o BigLinux, por coincidência, o Rafael, Paulo e principalmente o Tales também tiveram diversos problemas de saúde durante esse período.
Desktops
Sempre utilizamos o KDE, porém a dificuldade de manter as atualizações sem quebrar é maior que nos outros desktops, além disso a integração de programas populares como Firefox e LibreOffice sempre foi mais difícil no KDE, mais um ponto crítico é que no Deepin o cuidado é maior obviamente com os aplicativos usados por eles e não para o KDE, então manter o KDE não era uma resposta que traria praticidade para manter o sistema.
O Rafael, o Paulo e eu não nos adaptamos bem à interface Deepin Desktop, porém percebemos que é um trabalho de muita qualidade e que atende a muitas pessoas, mas achamos o Cinnamon um bom Desktop, então dediquei um bom trabalho à configuração principalmente do Cinnamon, que é mais personalizável, então temos um desktop que lembra bastante o KDE utilizado na distribuição Kaiana, que lembra o KDE utilizado no BigLinux 12.04.
No Cinnamon utilizamos o tema PlasmaDark, que é um tema que imita o do KDE, porém estava incompleto, eu terminei esse tema e também o Plasma, que á a versão com cores claras para o desktop, houve a troca do menu, do applet de troca de janelas e adição de outros applets.
Já o Deepin Desktop é muito menos personalizável e manteve quase seu funcionamento padrão.
Eu sempre achei a ideia de ter mais de um desktop no sistema uma boa ideia, pois caso alguma atualização traga um problema a um desktop, pode ser que o outro permaneça funcionando normalmente. Foi possível também compartilhar entre o Deepin Desktop e o Cinnamon, praticamente todos os aplicativos sem duplicações, portanto manter dois desktops nesse caso aumenta muito pouco o consumo de espaço em disco.
Distribuição, remaster ou o que?
Durante todos esses anos sempre aparece a discussão sobre BigLinux ser distribuição, remaster ou como chamar. A situação é simples, tanto faz, o importante é funcionar direito, logo ao ligar o sistema vem uma mensagem informando que é uma modificação feita em cima do Deepin, você escolhe como chamar, não iremos tentar esconder nada, em alguns locais do sistema vai aparecer o nome Deepin em outros pode aparecer Debian, o gerenciador de atualizações é do LinuxMint, não é uma disputa para ver qual nome é mais bonito ou aparece mais, é apenas um sistema montado com aquilo que achamos ser melhor e está disponível para instalar.
Ciclo de lançamentos
O Deepin é rolling release focado em estabilidade, diferente do Ubuntu não existe manutenção de versões paralelas, existe apenas uma versão que vai sendo sempre atualizada, para que logo após instalar não existam muitas atualizações presentes, a ideia é manter um ciclo trimestral de lançamentos do BigLinux, ocasionalmente após alguma atualização maior pode ser que seja lançado em um ciclo ainda menor, porém sem necessidade de quem já tem o sistema instalado efetuar reinstalação, basta utilizar o gerenciador de atualizações.
E se ficar muito tempo sem nova versão?
Vamos supor que por algum motivo o projeto BigLinux seja interrompido novamente, o que acontece com quem está utilizando o sistema? Basicamente para de receber as melhorais feitas por nós e permanece recebendo as feitas pelo Deepin, o sistema continua funcionando e sendo atualizado normalmente, tomamos o cuidado de manter a estrutura do sistema sem modificações que comprometam a estabilidade ou segurança.
Cadê os painéis de configuração Big?
No momento dois estão prontos, o de criar pacotes .deb e o de criar remasterizações, ambos são muito utilizados por mim para manter o sistema, é a primeira vez que utilizo interface gráfica para isso e está disponível para todos. Com o passar do tempo novas interfaces irão ser adicionadas, no momento estou trabalhando na interface de gerenciar boot e kernel: https://www.youtube.com/watch?v=fP3X5ws1PZs
Quais são os diferenciais dessa primeira versão?
Não são muitos, mas para algumas pessoas são muito eficientes:
- Configuração modificada do apt que resolve automaticamente a maior parte dos problemas de instalação de programas e atualizações.
- Configuração de fontes muito mais harmônica.
- Duas opções de Desktop.
- Live DVD/Pendrive por padrão.
- Opções de parâmetros de boot já pre configuradas na tela de login do Live, coisas como noapic nolapic acpi=off...
- Modificação no instalador, não tenho conhecimento de nenhum outro instalador de distribuição que importe para o grub instalado os parâmetros utilizados no boot, mantendo assim a compatibilidade de hardware.
- Configurações otimizadas por todas as partes, Smplayer com uma interface bastante personalizada, gerenciador de arquivos com opção de renomear em massa, basta selecionar os arquivos para renomear e acessar a opção de renomear, LibreOffice com o corretor Vero, Gimp com as modificações do DioLinux, zram ativo por padrão, tlp ativo por padrão, apt-fast instalado por padrão, qbittorrent com interface simplificada...
Ligam muito o BigLinux aos painéis de configuração Big, mas do meu ponto de vista o principal sempre esteve nos detalhes e na integração dos aplicativos instalados, na configuração personalizada, e tudo isso já está presente nessa versão, os painéis irão retornar aos poucos em futuras versões.
O futuro e os objetivos
Adicionar aos poucos novas funcionalidades e manter a configuração geral do sistema a mesma durante os anos, com um desktop clássico e um moderno, ou seja Cinnamon e Deepin desktop.
O projeto BigLinux é um hobby principalmente meu, algumas pessoas gostam de jogar videogame, outras de cinema, de bares, eu gosto de gerar isos, fazer configurações, scripts...
A retomada do projeto não tem como intenção a lucratividade financeira ou de qualquer outro tipo, também não tem como objetivo conquistar milhares de usuários, é apenas um projeto que tanto eu como as pessoas do grupo que contribuem com o mesmo gostamos de usar e ficamos felizes de ver o resultado funcionando em nossos próprios computadores, se isso for útil também a mais pessoas, achamos legal, mas se não for, não é um problema. Caso apareçam propostas, por exemplo, essa petição ( http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR102413 ) criada por um usuário para uso do BigLinux pela positivo, se chegarem propostas concretas podemos reavaliar o posicionamento sobre o sistema, mas por hora o posicionamento permanece o descrito.
Também contribuímos com outros projetos
Não focamos apenas no BigLinux, por exemplo o próprio Deepin de onde derivamos e respeitamos muito seu trabalho, com a ajuda do Filho Arrais, que sempre ajudou no BigLinux em relação a repositórios, conseguimos identificar o problema que impedia o repositório da UFPR de sincronizar com o repositório Deepin e logo após outro problema com repositórios Deepin foi resolvido por ele.
Enviei diversas sugestões e algumas correções ao Deepin, seja pelo grupo do telegram, e-mail ou github.
No caso do Clementine, não estava exibindo letras de músicas do Brasil, enviei a correção para eles.
Fizemos diversas colaborações em traduções de programas.
Download
Se você quiser testar é só acessar esse link e fazer o download: https://www.biglinux.com.br/trioxin/
Agradeço a recepção calorosa com que estão recebendo essa retomada, é muito bom ver principalmente os velhos amigos de mais de 10 anos de Big animados novamente.
